terça-feira, 19 de outubro de 2010

O Belo e o Sublime na Moda

Para compreender o sentido do belo na Moda, é preciso compreender o que diz a Filosofia, sobretudo na obra de Kant,o pensador alemão. O belo não é tanto um sentimento que esteja nas coisas, nos objetos, que exista por si mesmo. O belo é muito mais o produto da percepção do sujeito, ao contemplar o objeto e isto é tipicamente o resultado do idealismo de Kant, que atribui ao sujeito a predominância no mundo do conhecimento. Deste modo, ao ver uma bolsa, um cinto, um par de sapatos, quem os vê é minha visão particular, que é na verdade um modo de recriar a vida e o mundo. Eis porque outra pessoa vendo os mesmos artefatos manifestará este sentimento (de beleza) de uma forma totalmente particular.

Já o conceito de Sublime relaciona-se com um sentimento fundamentalmente objetivo, um sentimento que não está nem num sujeito puro, nem num objeto puro, mas apresenta-se a nossos olhos como alguma coisa que remonta ao grandioso, ao portentoso e que por sua vez nos fascina, nos atraí, exercendo uma forte pressão sobre nossos sentidos. O exemplo parece simples e até mesmo banal, mas um desfile de moda, com roupas e marcas exóticas, com pessoas vestidas de maneira diferente e até mesmo estranha, é um acontecimento que pode ser classificado como sublime. O sublime não se esconde no objeto, não é um sentimento que resida na coisa, não pertence ao universo da racionalidade, mas reside nesta situação de claro/escuro que nos encanta e nos apaixona. Isto é o que se pode chamar de sublime.


O SUBLIME: transcende o objeto, apaixona, impressiona, está além do palpável. Os desfiles de moda são bons exemplos, sobretudo de estilistas conceituais que possuem uma relação artística com seu trabalho, a exemplo de Ronaldo Fraga, Alexander McQueen, Hussein Chalayan, Rei Kawakubo...
Foto: desfile A costura do Invisivel de Jum Nakao

Ronaldo Fraga

vitrine da Cartier em Paris
O BELO: Objetos que podem ter seu sentido atribuído a quem os vê



Gabriela Maroja Jales

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Ideologia: eu quero uma pra viver?!!!

Lipovetsky em seu famoso livro “O Império do Efêmero” diz que atualmente em tempos hipermodernos, mais do que uma ideologia para viver o homem busca é uma "uma moda para viver".
Mas, sendo a moda um fenômeno de consumo que encontra seu lugar muito mais no plano do simbólico do que do material, encontramos ainda hoje pessoas que precisam mesmo é de uma ideologia pra viver: e o que parece é que a moda hoje é a ideologia da maioria. Buscar estar na moda, com a marca da moda, se incluir no mercado tão falado mercado de luxo, sentir prazeres individuais com uso de determinados produtos ou marcas, é como uma religião a ser seguida. Não é a moda como vestimenta, mas o que ela representa como uma ideologia também, seu valor simbólico, representado pelo uso de uma roupa “versace”, do celular de design “Dolce & Gabanna”, de uma bolsa Louis Vuitton de edição limitada, ou de ser proprietário do carro com todos os opcionais que jamais usaremos. Mas, a grande ideologia é parecer a Madonna, a Paris Hilton, o David Beckham, ou qualquer celebridade que divulgue estas marcas e nos faça querer pertencer a seus universos. O consumo esvazia as ideologias...

O mercado da moda hoje transformou-se na grande corrida em busca de um sentido pra vida, por isso hoje, podemos dizer: “Ideologia: eu quero uma moda pra viver”!!!





Gabriela Maroja Jales