Para compreender o sentido do belo na Moda, é preciso compreender o que diz a Filosofia, sobretudo na obra de Kant,o pensador alemão. O belo não é tanto um sentimento que esteja nas coisas, nos objetos, que exista por si mesmo. O belo é muito mais o produto da percepção do sujeito, ao contemplar o objeto e isto é tipicamente o resultado do idealismo de Kant, que atribui ao sujeito a predominância no mundo do conhecimento. Deste modo, ao ver uma bolsa, um cinto, um par de sapatos, quem os vê é minha visão particular, que é na verdade um modo de recriar a vida e o mundo. Eis porque outra pessoa vendo os mesmos artefatos manifestará este sentimento (de beleza) de uma forma totalmente particular.
Já o conceito de Sublime relaciona-se com um sentimento fundamentalmente objetivo, um sentimento que não está nem num sujeito puro, nem num objeto puro, mas apresenta-se a nossos olhos como alguma coisa que remonta ao grandioso, ao portentoso e que por sua vez nos fascina, nos atraí, exercendo uma forte pressão sobre nossos sentidos. O exemplo parece simples e até mesmo banal, mas um desfile de moda, com roupas e marcas exóticas, com pessoas vestidas de maneira diferente e até mesmo estranha, é um acontecimento que pode ser classificado como sublime. O sublime não se esconde no objeto, não é um sentimento que resida na coisa, não pertence ao universo da racionalidade, mas reside nesta situação de claro/escuro que nos encanta e nos apaixona. Isto é o que se pode chamar de sublime.
Ronaldo Fraga |
vitrine da Cartier em Paris |
O BELO: Objetos que podem ter seu sentido atribuído a quem os vê |
Gabriela Maroja Jales